domingo, 16 de junho de 2013


A índia Catharina Paraguaçu, que viveu no século XVI, representa no monumento ao Dois de Julho, a participação ativa dos caboclos nas lutas pela independência.

Comemoração ao 2 de julho

2 de Julho

As comemorações do 2 de julho, em Salvador, ocorre com grande participação popular. Os desfiles, de longo percurso, saem da Lapinha e terminam no Campo Grande.

Dia da Independência da Bahia é aprovado como data nacional


No dia 8 de maio de 2013, o dia 2 de julho, data da Independência da Bahia, foi indicado pelo Plenário do Senado como data histórica no calendário do Brasil.

Com a aprovação, o Senado considerou que a ação foi um precursor da independência nacional, que ocorreu em 7 de setembro de 1822.

Porém o projeto de lei não prevê que o 2 de julho vire feriado nacional, o objetivo é o reconhecimento nacional da importância da data histórica. 

Hino da Independência da Bahia


Letra: Landislau dos Santos Titara
Música: José dos Santos Barreto

Nasce o sol a 2 de julho
Brilha mais que no primeiro
É sinal que neste dia
Até o sol é brasileiro.

Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações.

Salve, oh! Rei da Campinas
De Cabrito e Pirajá
Nossa pátria hoje livre
Dos tiranos não será.

Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações.

Cresce, oh! Filho de minha alma
Para a pátria defender
O Brasil já tem jurado
Independência ou morrer.


Madeira de Melo


Madeira de Melo foi um militar português que se notou por comandar o cargo de Governador das Armas, nas tropas portuguesas sediadas em Salvador nos combates da Guerra da Independência do Brasil até a sua capitulação em 2 de julho de 1823, quando se retiraram para Portugal.

No início de 1823, o Príncipe-regente D. Pedro nomeou Pedro Labatut para comandar as tropas leais ao Brasil, então iniciou-se assim um cerco a Salvador, onde estavam concentrados os comerciantes e os militantes portugueses. Por conta disso a cidade ficou incomunicável, sem receber alimentos e munições, por conta disto Madeira de Melo solicitou a Portugal auxilio.
Numa tentativa de romper o bloqueio, Madeira de Melo assumiu a ofensiva na batalha de Pirajá, que foi favorável aos brasileiros, obrigando as tropas de Madeira de Melo a recuar para Salvador.
A situação da capital cercada deteriorou-se rapidamente, sem alimentos as doenças começaram a disseminar-se entre a população. Por conta disso Madeira de Melo permitiu a saída dos moradores de Salvador, tendo cerca de 10 mil pessoas abandonando a cidade. No final do mês de maio, uma frota brasileira sob o comando do inglês Thomas Cochrane bloqueia Salvador.  Tendo em vista que a resistência viria a ser inútil as tropas portuguesas rendem-se, deixando a cidade, em 2 de julho as forças brasileiras entraram vitoriosas em Salvador.

General Pedro Labatut

General Labatut

General Pedro Labatut era um veterano na campanha napoleônica e experiente comandante revolucionário nas guerras da America Espanhola, foi contratado pelo governo de D. Pedro I para liderar e organizar o Exército Pacificador. Para pôr fim nos conflitos entre brasileiros e portugueses por conta da luta pela independência na Bahia, Labatut ficou incumbido de organizar os grupos armados dispersos, até então sob controle dos civis, em um exército forte, disciplinado e acima de tudo leal à D. Pedro I.
Labatut entregou o ultimato ao brigadeiro Madeira de Melo, para deixar a província da Bahia. Objetivando a vitória das batalhas foram empenhados todos os esforços possíveis. As promessas de recompensa de variados tipos serviram para atrair mais pessoas a participarem da guerra.
Portugal obteve êxito na famosa batalhas de Pirajá, em 8 de novembro de 1822, porém apesar do êxito as atitudes do general  provocavam descontentamento entre os brasileiros, onde ele se considerava autoridade única da Bahia, pelo fato de ter sido nomeado imperador, além disso solicitou que os senhores de engenho libertasse parte de seus escravos para integrar o exército libertador.
Apesar da glória do seu exército Labatut foi afastado em virtude de ignorar e desrespeitar as hierarquias sociais e raciais da sociedade escravista. Deposto e preso por cometer violências contra senhores de engenho, apropriar-se do tesouro em prata do engenho Passagem, pertencente a portugueses e fuzilar quilombolas nos arredores de Salvador.
Pedro Labatut faleceu na Bahia no dia 24 de setembro de 1849, como marechal de campo do exército brasileiro. Recebeu a medalha de guerra da Independência da Bahia, em sua homenagem foi erguido um busto no largo da lapinha, inaugurado 2 de julho de 1923, em Salvador.

A História da Independência da Bahia


A declaração de independência feita por Dom Pedro I, em sete de setembro de 1822, deu início a uma série de conflitos entre governos e tropas locais ainda fiéis ao governo português e as forças que apoiavam o novo imperador. Na Bahia, o fim do domínio lusitano já se fez presente no ano de 1798, ano em que aconteceram as lutas da Conjuração Baiana.

No ano de 1821, as notícias da Revolução do Porto reavivaram as esperanças autonomistas em Salvador. Os grupos favoráveis ao fim da colonização enxergavam na transformação liberal lusitana um importante passo para que o Brasil atingisse sua independência. No entanto, os liberais de Portugal restringiam a onda mudancista ao Estado português, defendendo a reafirmação dos laços coloniais.


As relações entre portugueses e brasileiros começaram a se acirrar, promovendo uma verdadeira cisão entre esses dois grupos presentes em Salvador. Meses antes da independência, grupos políticos se articulavam pró e contra essa mesma questão. No dia 11 de fevereiro de 1822, uma nova junta de governo administrada pelo Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo deu vazão às disputas, já que o novo governador da cidade se declarava fiel a Portugal.


Utilizando autoritariamente as tropas a seu dispor, Madeira de Melo resolveu inspecionar as infantarias, de maioria brasileira, no intuito de reafirmar sua autoridade. A atitude tomada deu início aos primeiros conflitos, que se iniciaram no dia 19 de fevereiro de 1822, nas proximidades do Forte de São Pedro. Em pouco tempo, as lutas se alastraram para as imediações da cidade de Salvador. Mercês, Praça da Piedade e Campo da Pólvora se tornaram os principais palcos da guerra.


Nessa primeira onda de confrontos, as tropas lusitanas não só enfrentaram militares nativos, bem como invadiram casas e atacaram civis. O mais marcante episódio de desmando ocorreu quando um grupo português invadiu o Convento da Lapa e assassinou a abadessa Sóror Joana Angélica, considerada a primeira mártir do levante baiano. Mesmo com a derrota nativista, a oposição ao governo de Madeira de Melo aumentava.


Durante as festividades ocorridas na procissão de São José, de 21 de março de 1822, grupos nativistas atiraram pedras contra os representantes do poderio português. Além disso, um jornal chamado “Constitucional” pregava oposição sistemática ao pacto colonial e defendia a total soberania política local. Em contrapartida, novas forças subordinadas a Madeira de Melo chegavam a Salvador, instigando a debandada de parte da população local.


Tomando outros centros urbanos do interior, o movimento separatista ganhou força nas vilas de São Francisco e Cachoeira. Ciente destes outros focos de resistência, Madeiro de Melo enviou tropas para Cachoeira. A chegada das tropas incentivou os líderes políticos locais a mobilizarem a população a favor do reconhecimento do príncipe regente Dom Pedro I. Tal medida verificaria qual a postura dos populares em relação às autoridades lusitanas recém-chegadas.


O apoio popular a Dom Pedro I significou uma afronta à autoridade de Madeira de Melo, que mais uma vez respondeu com armas ao desejo da população local. Os brasileiros, inconformados com a violência do governador, proclamaram a formação de uma Junta Conciliatória e de Defesa instituída com o objetivo de lutar contra o poderio lusitano. Os conflitos se iniciaram em Cachoeira, tomaram outras cidades do Recôncavo Baiano e também atingiram a capital Salvador.


As ações dos revoltosos ganharam maior articulação com a criação de um novo governo comandado por Miguel Calmon do Pin e Almeida. Enquanto as forças pró-independência se organizavam pelo interior e na cidade de Salvador, a Corte Portuguesa enviou cerca de 750 soldados sob a lideranaça do general francês Pedro Labatut. As principais lutas se engendraram na região de Pirajá, onde independentes e metropolitanos abriram fogo uns contra os outros.


Devido à eficaz resistência organizada pelos defensores da independência e o apoio das tropas lideradas pelo militar britânico Thomas Cochrane, as tropas fiéis a Portugal acabaram sendo derrotadas em 2 de julho de 1823. O episódio, além de marcar as lutas de independência do Brasil, motivou a criação de um feriado onde se comemora a chamada Independência da Bahia.